O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo
Mario Quintana
Acabo de chegar a casa depois do concerto dos Silence 4 no Meo Arena. Estou feliz: há muito tempo que não saia de um concerto tão satisfeito. Caramba, foram 3 horas verdadeiramente incríveis, sempre em crescendo!
Ainda estou para perceber exactamente o que se passou aqui. Parece que há 16 anos, a coisa bateu forte. Só isso explica o facto de saber as letras quase todas de cor, facto interessante porque praticamente nunca mais ouvi Silence 4 desde o fim da banda.. e já lá vão tantos anos.
Um dia David Fonseca disse numa entrevista que nunca mais iria cantar o Borrow porque lhe soava muito básico e uma música sem interesse (estou a citar de cor). Felizmente, o David percebeu que para todos nós, mais importante do que a qualidade técnica da música, é o que ela representa.
Compreendi a razão pela qual vejo alguns amigos (mais velhos) assistir a concertos de bandas que já não são “da moda”: Eles vão pela mesma razão que eu fui. O concerto de hoje foi uma mistura emocional difícil de igualar. Foi um autêntico regresso ao passado com tudo o que isso implica: recordar a adolescência, os momentos que ficaram, os amigos que nunca mais vi, os concertos de verão, as férias de agosto, os projectos de vida e os sonhos por realizar.
Durante as 3 horas do concerto, à medida que ia ouvindo (e cantando, aos berros) as canções, revivi muitos destes momentos. Recordei-me perfeitamente da primeira vez que ouvi falar deles (a minha prima trouxe-me o Silence becomes it do numas férias de verão).
Curiosamente, recordei-me também que não tinha gostado muito do primeiro concerto dos Silence 4, provavelmente na Expo-98.
Hoje, regressei ao passado com Dying Young, Borrow, Angel Song, A Little Respect, Ceilings, Empty Happy Song, Only Pain is Real, Eu não sei dizer, Cellings e claro, My Friends.
Uns dos momentos mais bonitos da noite (já se esperava algo do género) foi o cover Invincible dos Muse, que a Sofia Lisboa dedicou à sua irmã, a dadora de medula óssea que lhe salvou a vida.
Muito mais haveria para dizer, mas neste momento apenas me sai o óbvio: Obrigado, Silence 4, pelo pretexto, pelo momento, pelas recordações, pela qualidade do espectáculo que entregaram.